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Os tratados do pós-Primeira Guerra

Lloyd George (ENG), Vittorio Orlando (ITA), Georges Clemenceau (FRA) e Woodrow Wilson (EUA) reunidos para o Tratado de Versalhes.
Lloyd George (ENG), Vittorio Orlando (ITA), Georges Clemenceau (FRA) e Woodrow Wilson (EUA) reunidos para o Tratado de Versalhes.
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A rendição alemã e a assinatura do Tratado dos “Catorze Pontos para a Paz” não selaram definitivamente as questões abertas com o conflito da Primeira Guerra. Algumas potências ainda buscavam um tratamento mais rigoroso às nações derrotadas na guerra, principalmente a Alemanha. Por isso, em 28 de junho de 1919, as principias nações vencedoras do conflito reuniram-se no Palácio de Versalhes, em Paris, para novas negociações de paz.

Preocupados com a possibilidade de outra desgastante guerra, os Estados Unidos pleitearam a criação da Sociedade das Nações. Esse órgão teria caráter internacional e deveria julgar as tensões militares na esfera internacional. Em outro lado, França e Inglaterra queriam proteger seus interesses econômicos à custa dos povos vencidos. Os ingleses exigiam o controle sobre as colônias e rotas marítimas alemãs. Já a França, pleiteava a reconquista da região da Alsácia-Lorena e o pagamento de indenização pela Alemanha.

Depois das negociações, o Tratado de Versalhes previa os benefícios e punições a cada um dos lados envolvidos na guerra. A Polônia foi colocada como um Estado independente e livre do anterior domínio russo. A França conseguiu reaver a região da Alsácia-Lorena. As colônias alemãs na África foram divididas entre ingleses, belgas, franceses. As colônias alemãs no Pacífico foram entregues ao domínio do Japão e da Inglaterra.

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Além das perdas territoriais, a Alemanha, considerada principal culpada pela guerra, foi obrigada a reduzir seus exércitos, extinguir sua marinha e foi impedida de produzir qualquer tipo de material bélico. Finalizando o rigor das punições contra a Alemanha, o tratado ainda previu uma indenização de 132 bilhões de marcos-ouro às nações vitoriosas. Tal dinheiro seria utilizado para a recuperação de bens públicos e privados, e o pagamento de pensões às vítimas da guerra.

Naquele mesmo ano, o Tratado de Saint-German redesenhou o mapa político-territorial da Europa. O império Austro-Húngaro foi desmembrado em novas nações. A Áustria perdeu suas saídas marítimas e foi obrigada a reconhecer a independência da Iugoslávia, da Hungria, da Tchecoslováquia e da Polônia. O Império Turco-Otomano assinou os tratados de Sèvres e Lausanne, que previa a perda de territórios da Mesopotâmia e da Palestina para a Inglaterra, e o domínio francês sobre a Síria e o Líbano.

Os tratados assinados, ao contrário do que diziam defender, não asseguraram a paz e o equilíbrio entre as nações européias. De acordo com diversos historiadores, a pesadas punições estabelecidas contra a Alemanha prepararam todo o clima de ódio e revanche que alimentaram os preparativos da Segunda Guerra Mundial. Com a ascensão dos regimes totalitários ítalo-germânicos e a crise econômica de 1929, as rivalidades políticas e econômicas seriam reascendidas na Europa.
Escritor do artigo
Escrito por: Rainer Gonçalves Sousa Escritor oficial Brasil Escola

Gostaria de fazer a referência deste texto em um trabalho escolar ou acadêmico? Veja:

SOUSA, Rainer Gonçalves. "Os tratados do pós-Primeira Guerra"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/guerras/os-tratados-do-pos-primeira-guerra.htm. Acesso em 19 de março de 2024.

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